Playcenter: o parque de diversões que fez história Todo mundo já foi ou já ouviu falar desse parque de diversões que deixou saudades. O Playcenter fez e faz parte da nossa história, então venha conhecer um pouco da trajetória da Priscilla junto com o Play.

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Playcenter: o parque de diversões que fez história

Você se lembra onde estava no dia 29 de julho de 2012? Pois eu me lembro como se fosse hoje. Eu estava em Bogotá, na Colômbia, onde eu vivia há alguns meses, brincando com meu filho de pouco mais de um ano de idade em um parquinho de uma praça. Chateada, pois só podia acompanhar pelas notícias na internet o último dia de operação do Playcenter, parque de diversões que marcou minha infância e juventude.

Lembro ainda do arrepio na pele e dos meus olhos marejados a cada foto publicada dos meus amigos que foram se despedir do nosso parque. Afinal, o Playcenter foi isso: nosso, o parque de diversões de uma geração. Quem tem mais de 30 anos sabe do que eu estou falando — aquele carimbo que a gente fazia de tudo pra durar ao máximo para ostentar na escola na segunda-feira deixou marcas eternas nos nossos corações.

Um amor: parque de diversões

Eu sou uma apaixonada por parques de diversões, são meu destino favorito para férias a ponto de passar a lua de mel em um. Minha mãe sempre me levou desde pequena naqueles parques itinerantes da praia, mas o Playcenter foi o meu primeiro parque de grande porte.

Foi o Playcenter que me ensinou a amar as montanhas-russas, mas também o Carrossel, o teleférico e a Montanha Encantada. Eu amo aquele cheirinho do caramelo da maçã, do algodão doce, da pipoca e acho lindo quando as luzes dos brinquedos acendem ao anoitecer.

Podem então imaginar minha alegria ao ser convidada para fazer parte do novo Blog do Grupo Playcenter. Este espaço vai eternizar na internet a história do Playcenter e, principalmente, as nossas histórias, nossos bons momentos — ou nem tanto. Depois, vocês podem ler aqui no blog também a minha aventura numa lata de lixo nas Noites do Terror!

Playcenter: o parque de diversões que fez história

Onde tudo começou

Eu comecei pelo fim, mas vamos voltar lá para o ano de 1973, quando o Playcenter surgiu. Seu fundador, Marcelo Gutglas, é boliviano, filho de poloneses, engenheiro e inventor de mão cheia. Se aventurou no mercado de jukebox e fliperamas até que, em uma viagem de negócios à Itália, visitou o parque de diversões Edenland, em Nápoles, e ficou encantado. 

Naquela época, no Brasil praticamente não existiam parques de diversão desse porte e, com o apoio dos empresários italianos, Marcelo decidiu montar um deles no Brasil. Eles emprestaram uma montanha-russa e outros brinquedos para um teste e quatro técnicos para suporte. Só faltava uma coisa: um local para montagem das atrações.

Naquele ano, as atrações que faziam sucesso entre a criançada eram tobogãs instalados em um terreno de 5 mil metros quadrados, na frente do ginásio do Ibirapuera. Detalhe: um dos tobogãs se chamava “Playcenter”. 

Marcelo procurou Ricardo Amaral, responsável pela atração, e fechou uma parceria para colocar seus brinquedos italianos, como a montanha-russa, carrossel e autopista, no mesmo local. O teste de Marcelo foi um sucesso tremendo e o parque chegou a ficar aberto por 24 horas seguidas.

Playcenter: o parque de diversões que fez história

Gutglas, então, negociou com Amaral o nome do tobogã e o adotou para seu parque. Ele e seu sócio Henrique buscavam um espaço perfeito para o Playcenter quando surgiu uma oferta de um terreno muito grande na marginal Tietê. O valor para compra era alto, então Marcelo decidiu alugar o terreno e, em 27 de julho de 1973, o Playcenter foi inaugurado.

Nesse mesmo ano, ele criou uma edição itinerante do parque que circulava em outras cidades para divulgar o Playcenter em SP e dar um gostinho da experiência. Essa versão móvel fazia sucesso com atrações como a Galeria Bonanza e o Trenó Aquático.

Os primeiros visitantes puderam brincar em atrações como o Super Jet — a montanha-russa italiana emprestada, o Trem Fantasma, o clássico Carrossel, o Twister, o Rotor, a Maria Fumaça, a Galeria Bonanza, o TeleCombate, a Casa do Monstro, o Tufão, o Concorde e a Autopista, além de tenda com lojinhas, lanchonetes, fliperamas, pescaria e jogos diversos.

E vieram muitas outras atrações, vamos relembrar de algumas?

  • 1973: Roda Panorâmica
  • 1976: Castelo Mal Assombrado
  • 1979: King Kong
  • 1980: Looping star 
  • 1981: Montanha Encantada (você se lembra da música? Clica aqui pra escutar agora)
  • 1981: Enterprise
  • 1982: Barca Viking
  • 1983: Show dos Golfinhos e Colossus
  • 1984: Boneca Eva
  • 1985: Ciclone
  • 1988: La Bamba, Splash e Noites do Terror
  • 1990: Polvo, Swing e Tele Combate
  • 1992: Kamikaze
  • 1993: Gigantona
  • 1995: Evolution e Double Shock
  • 1996: Tornado
  • 1997: Turbo Drop
  • 1998: Cataclisma
  • 1999: Crazy Dance
  • 2002: Waimea

Enfim, foram muuuitas atrações, sem contar os eventos e festivais como as Noites do Terror, o Play Summer, as Noites Eletrônicas e dezenas de parques itinerantes. Mas a especulação imobiliária, os altos e baixos da economia brasileira e principalmente a alta do dólar inviabilizaram o negócio e, assim, o Playcenter encerrou seu ciclo, após 39 anos que fizeram história em São Paulo.

E claro, quando falamos em Playcenter, todo mundo quer saber: ele vai voltar? Se depender da torcida, sem dúvidas! Em uma entrevista que fiz com o fundador do parque de diversões, Marcelo Gutglas, ele declarou que vontade não falta, mas a conjuntura precisa ser favorável economicamente, globalmente. Tecnicamente é preciso encontrar um local — por isso provavelmente não seja na capital. Então, não vamos perder a esperança!

Para sempre em nossos corações

Mas a verdade é que o meu Playcenter, aquele no qual eu saí pingando do Splash, derrubei meu lanche do teleférico (quem nunca?), cantei “por que parou, parou por quê?” no La Bamba com a turma da escola dezenas de vezes e gritei para o monitor botar pra subir o Viking porque aquela galera não tinha medo de cair.

Fui campeã da galera por ir três vezes seguidas no Evolution sem vomitar e festejei quando choveu no final do dia e eu ganhei replay. E você, qual tipo de frequentador era? Clique aqui e descubra (ou relembre) neste material incrível quem era você quando visitava o Play. Não pode mentir, hein!

Ah, esse Playcenter que eu me lembro nunca fechou. Ele vai estar aberto para sempre na minha memória e na de cada um que brincou por lá.

Dica: dá para matar um pouco da saudade no Playcenter Family. Você já conhece? Eu e meu filho amamos a atração Disk’o, clica no botão abaixo e confira mais sobre o parque! 

Playcenter: o parque de diversões que fez história
Priscilla Negrao
Guia de turismo, jornalista, editora-chefe do SP Crianças, mãe do Theo e da Alice e há mais de 30 anos completamente apaixonada por parques de diversão.

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